Vacinas AstraZeneca e CoronaVac contra a Covid-19 perdem grau de eficácia para a prevenção de óbitos em pessoas com mais de 80 anos. Pesquisa da Fiocruz revela queda da proteção ao longo do tempo nessa faixa etária, o que indica a necessidade de reforço vacinal.
Os resultados não representam, no entanto, que os imunizantes não são eficazes contra o coronavírus. Eles protegem contra o desenvolvimento da doença em graus moderados e graves, inclusive provocados pelas novas variantes.
Os cientistas avaliaram cerca de 76 milhões de pessoas imunizadas no Brasil entre janeiro e julho deste ano. No caso da AstraZeneca, a proteção contra a morte na faixa de 80 a 89 anos atinge 89%.
Já o índice da CoronaVac ficou em 67%.
Acima dos 90 anos, as taxas de proteção contra óbito foi de 65% e 34%, respectivamente.
Para uso global, a pesquisa apontou que ambas as vacinas têm alto grau de efetividade na proteção contra a infecção, hospitalização e morte, com a imunização completa por duas doses.
Os índices atingem 90% para a AstraZeneca e 75% para a CoronaVac.
O estudo foi publicado no site Méd-archive MedRxiv, site que divulga versões de artigos científicos ainda não publicados sobre saúde.
Um dos coordenadores, Manoel Barral Neto, explicou que a influência da idade também interfere na efetividade de outras vacinas.
Um dos motivos pode ser a capacidade menor de gerar resposta imune, um processo natural em idades mais avançadas.